Introdução Bíblica - Parte 8 - Inspiração Bíblica - Definição Básica e Teológica

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça”

Não se deve interpretar de modo errônea a declaração da própria Bíblia a favor desta inspiração. Quando falamos de inspiração, não se trata de inspiração poética, mas de autoridade Divina. A bíblia é singular pois foi “soprada por Deus”.

Ao escrever a citação inicial deste texto em sua carta a Timóteo (2 Tm 3:10) Paulo  demonstra que entre outras coisas o texto sagrado é dotado de AUTORIDADE.

O texto de 1 Co 2:13 explica o porquê desta autoridade: “pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo”.
Pela revelação Deus falou aos profetas de muitas e muitas maneiras(Hb 1:1) : mediante anjos, visões, sonhos, vozes e milagres.

Evidenciando, que as palavras dos profetas não partiam deles próprios, mas de Deus. é fato que eles sondaram seus próprios escritos a fim de verificar qual o tempo ou qual a ocasião que o espírito de Cristo, que estava neles, indicava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos que a cristo haviam de vir, e sobre as glórias  que os seguiriam ( 1 Pe  1:11).

Deste modo se apreciarmos tudo que foi dito até agora, concluiremos que: homens movidos pelo Espírito escreveram palavras sopradas Por Deus, as quais são fonte de autoridade para a fé e a prática cristã.

Definição Teológica
A palavra Inspiração é usada apenas uma vez no novo testamento e é aplicada aos escritos e não aos autores humanos. O adequado então é dizer que: o produto é inspirado, os produtores não.

É um processo total de inspiração que contém os três  elementos essenciais: A causalidade  divina, a mediação profética  a autoridade escrita.

Causalidade Divina: Deus é a fonte primordial da Inspiração da Bíblia. O elemento Divino Inspirou o elemento humano.  Primeiro Deus falou aos profetas e, em seguida aos homens, mediante, esses profetas. Deus revelou-lhes certas verdades da fé, e esses homens de Deus às registraram. O primeiro fator fundamental da doutrina da Inspiração bíblica, e o mais importante, é que Deus é a fonte principal e a causa primeira da verdade bíblica.

Mediação profética: os profetas que escreveram as Escrituras não eram autômatos. Eram algo mais que meros secretários preparados para anotar o que se lhes ditava. Escreveram segundo  a intenção total do coração, segundo a consciência que os movia nos exercício normal de sua tarefa, com seus estilos literários e seus vocabulários individuais.

As personalidades dos profetas não foram violentadas por uma intrusão sobrenatural. A bíblia que eles produziram é a palavra de Deus, porém, Deus utilizou personalidades humanas para comunicar proposições divinas. Os profetas foram a causa imediata dos textos escritos, mas Deus foi a causa principal.

Autoridade Escrita: O produto final da autoridade divina em operação por meio dos profetas, como intermediários de Deus, é a autoridade escrita de que se reveste a Bíblia. A escritura “é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, pra instruir em justiça”. A Bíblia é a ultima palavra no que concerne a assuntos doutrinários e éticos. 

As escrituras receberam sua autoridade  do próprio Deus,  que falou mediante os profetas. No entanto, são os escritos sagrados que possuam a autoridade divina e não seus escritores. Todos os profetas morreram; os escritos proféticos prosseguem.

Fonte:
GEISLER, N. L.; NIX, W. E. Introdução Bíblica - Como a Bíblia chegou até nós. Editora Vida: São Paulo, 1997.